quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Filmes, livros, etc

Eu sou uma pessoa
as vezes
orgulhosa.
De que?
Nem faço idéia.

Sei que tenho certa capacidade,
não por ser
"melhor do que os outros",
mas por
saber que
igual a mim
não há ninguém.

Isso não é o suficiente?

Seria.

Seria o suficiente se,
pessoas como eu,
e você principalmente,
não quisessem procurar ídolos
a cada página da internet que
abrem
mesmo que aleatoriamente

Ídolos não surgem,
ídolos aparecem,
aos poucos,
no que você guarda como
algo importante.

Um ídolo tem a capacidade de
virar uma pessoa de cabeça
para cima ou
para o lado,(ou para onde quer que seja)
desde que ela esteja posicionada de
qualquer maneira diferente da do ídolo
antes de
conhece-lo.

Um ídolo é algo
poderoso.
São capazes de mudar a vida dos seus
pais,
e principalmente a sua.

Cuidado,
encontre, dia após dia
novos ídolos
e conheça-os de
cabo a rabo,
antes que

Você pense em se tornar um deles antes de conhecer
qualquer um
deles.

Rotina?

Um dia quando
me convidaram para sair
eu disse não.

Outro dia,
quando eu me convidei
para tomar um trago eu disse sim.

Um dia quando me convidaram para
tomar um trago
eu disse sim.

Outro dia quando me chamaram para
tomar um trago
eu disse não.

E assim
move-se
um ser que
não sabe aonde
quer
chegar.

Caindo em sí

Situações que ocorrem
bem do nosso lado
as vezes são as mais difíceis de entender.

Um pai que não
merece a menor atenção,
te deu pouca atenção
despertando a repulsa
na mãe, no irmão
e no filho que
não chora,
muito menos
fala.

Uma mãe que
pensa ser
a mãe que
o mundo merece,
mas apenas finge
sem saber de nada
do que acontece
com o filho,
com o pai e
com a casa.

Um irmão que
desperta interesse
quase que
escatológico,
no outro irmão que
não se sente mais um
ser que vive
na mesma freqüência
do planeta.

Olhando de fora
são todos loucos.
Participando,
são todos retardados.
Vivendo assim,
pedaços de merda.

A raiz do problema,
nem de fora e
nem de dentro
ao longe se enxerga.

Os dias passam e fica
na mesma.
Na mesa,
a tortura
da partilha de
sentimentos.

No quarto,
a solidão de pensamentos,
ou melhor dizendo
o paraíso quase intocável
dos ressentimentos.

Não há o que fazer.
Separação ja faz parte da
realidade de quem
mora junto,mas
vive separado.
Enquanto isso os
espertos
bebem,
até dormir.

Um grande cara

Os grandes caras,
aqueles que mentem pra você,
com suas palavras cheias de cores e
blábláblá

que te convencem que
é isso mesmo o que você precisava ouvir
ou ler ou
ser.
Principalmente aqueles que em
um único determinado momento
mostram algo parecido
com o que você mostra
no
único determinado momento,
da vida.

Mas ninguém tem nada muito diferente
para mostrar, porque
de certo modo
todos andamos e pensamos e
dormimos,
ligamos nossas televisões e
cagamos e
andamos
cada vez mais sem
rumo,
procurando
os grandes caras ou
seus grandes desabafos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Não se engane

As vezes eu não dou
valor,
mesmo.

Demasiado valor dado,
ser sendo enganado
de qualquer lado.

E quando eu dou valor
é aquela coisa
eufórica e
apaixonada
meteórica.
Sem sentido algum que,
mais tarde nunca vai
realmente satisfazer
qualquer coisa
que tenha seu devido
valor.

Já foi assim
e vai ser
sempre assim.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Get lost


Completamente sozinho.
Fica-se assim quando
você faz certo, mas diferente 
do certo de outros.

Hipocrisia seria
fazer certo e ficar
sozinho ou
fazer certo e 
conservar as amizades?

Hipocrisia seria 
eu tentar fazer tudo do jeito
certo
haha

E hipocrisia maior ainda seria
se por algum momento
a minha cabeça
me convencesse que,
é possível encontrarmos 
certos
iguais.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Uma do Bubuko

eu

as mulheres não sabem amar,
disse-me ela.
tu sabes amar
mas as mulheres só querem
aproveitar-se.
eu sei isso porque sou uma
mulher.

hahaha, ri-me.

não te preocupes por teres acabado
com a Susan
porque ela só vai aproveitar-se de
outro.

falámos mais um pouco
depois eu disse adeus
desliguei
fui até à cagadeira e
dei uma boa cagadela
enquanto pensava, bem,
ainda estou vivo
e tenho a capacidade de deitar fora
o lixo do meu corpo.
e poemas.
e enquanto isso acontecer
tenho a capacidade de lidar com
traição
solidão
cutículas
gonorreia
e com os relatórios financeiros das
páginas de economia.

depois
levantei-me
limpei-me
despejei o autoclismo
e pensei:
é verdade:
eu sei como
amar.

puxei as calças para cima e fui
para a sala.





                                 Sr. Charles Bukowski

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Respirar cambaleando.

Aqueles sentimentos que
você simplesmente
não sabe o que são ou
o que não são.

Mas eles sempre aparecem
te arrombando e
trazendo as maiores dúvidas
que podem existir
no momento.
Um aperto,
não mais no coração,
na alma.

Costumam aparecer com
alguma insatisfação,
com questionamentos internos e
aspirações.

Quem sabe eu realmente seja um cara
chato, o que resolveria
muita coisa.
O que eu não quero é ser injusto.
O que eu não consigo,
é ser o que eu não quero ser,
nem o que eu não sou,
nem o que tem de mim
em você.

Sensações como essas
freqüentemente são causadas
pela distância entre interesses e
egos.
Ou também acontecem
quando você tem,
a estúpida mania,
de pular de um barco andando
para outro, sem saber
de nada.

Se você acerta o pulo,
parabéns, se erras - não por que caiu no rio,
mas porque pulou no barco errado- um abraço,
e aprenda a nadar.

sábado, 13 de novembro de 2010

A viagem de piano que veio surgir muito depois da interpretação do conhecimento

As minhas experi~encoas, surgidas através de viagens, inímagináveis digasse de pa ssagem as letras estão cada vez mais lentas e atraentres e eu consigo sentir cada uma delas sde acordo com as senações humanas e,
extritamente humanas que eu venho sentindo
seja
usandod rigas ou não
vem sendo comprovadas ao longo da minha existencia
curta
que eu considero esta como a
mais importante e a poesica é só a sua maneira de intrerpretar coisas que outros dizem sobre voc~e de uma maneira extremamente
arangente

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Fins e meios

Será mesmo que os
fins não justificam os meios?

Se você pudesse
viver para sempre
existiria um meio que
justificasse esse fim
ridículo?

Enquanto eu consigo controlar-me-
com certas dificuldades, devo
admitir- eu inevitavelmente penso
nos meios pelo qual eu
utilizo ou
reutilizo ou
tento.

Agora,
quando se perde o controle
de si, dos
outros e
de si,
os fins ficam próximos,
seja la qual fim quiser
te aturar.

É como uma grande festa
de comes,
e também de bebes,
onde tudo é permitido
e a hora em que você percebe que tem
esse grande poder,
de perder-se de tudo
a festa vai chegando a um
fim,
desejado ou não,
mas o mais
justo dos fins
porque os meios,
já foram esquecidos
a tempos.

É como um texto onde,
você só tem a primeira frase,
e começa por ela,
e vai
martelando
letra por letra e
você vê aonde conseguiu chegar
quando termina todo o autoclismo,
sem parar por um segundo
de martelar.

É assim,
ao meu distorcido e
silencioso
ver
que se constrói
os melhores fins.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Diplomático

Tem gente que procura alguém pra
tirar os pés do chão
voar bem longe
se imaginar todo
onipotente.

Comigo não é assim que as coisas funcionam
geralmente as relações me fazem
ficar consciente de que
merda nenhuma vale a pena o suficiente para
você perder o seu sossego.

Nem amigos, nem affairs, nem os livros
nem a música, nem
a bebida.

Pessoas são pessoas
o que mais elas podem te trazer além
de humanismos corriqueiros?
O sentido da vida é a morte e
por mais incrível que alguém
tente
ser,
pessoas são pessoas,
palavras são palavras e

tudo o que se passa são sensações.

Se elas te fazem bem
continue.

De meia em meia hora
um olho no fósforo e o outro na fagulha,
se tens dúvida queima-o.

Pessoas complicam tudo
inconscientemente de propósito e
hoje mesmo fui surpreendido com essa:
"Você nunca vai carregar peso na consciência!"
Haha

Enquanto uns complicam,
tentam andar na mão - que deveria ser
a contramão -
eu descomplico e tomo
uma via alternativa.

Não que eu queira ou goste de
sair machucando os
ofendidos por natureza,
os que teimam e teimam em
prosseguir na via crucis que
eles aceitaram de bom grado,
nada disso.

Eu só digo isso porque
a cada dia as pessoas tem menos a
oferecer, a surpreender e a
satisfazer.
Até aos meus ídolos falta tudo isso.

Uma boa dose de uísque
contendo coragem e
empatia não faz mal a ninguém,
porém ninguém pensa diretamente nisso
e sim em continuar
na mão de todo esse desespero
infundado, apenas
para manter
relações.

Fodam-se as relações.
Foda-se toda a diplomacia.
Só não foda-se você mesmo.
Faz o que te satisfaz
nem que seja ao preço
de tudo o que você mais estimou,
de todas as suas boas idéias
e vontades.

E não espere nada de ninguém,
por mais uísque que
você tenha bebido.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Piranóia

Recentemente eu li dois livros.
Os dois era muito bons, mas mostravam
extremos
opostos.

Hoje eu sai de casa,
ver amigos, dar um passeio
cumprir meu ritual,
ver ídolos de perto.

E eu senti em determinados
momentos (da vida) e de hoje
os dois extremos.
Um deles era o extremo de qualquer
mero mortal que,
se contenta em ser
mais um
mero.
A chamada felicità.

O outro é o mais
abominável
e ao mesmo tempo o mais
intenso
meio de viver já concebido pelos
meros mortais.

Os dois me atraíram.
Os dois me atraem.

Já fiquei no caminho de um,
namoro o caminho de outro
mas hoje,
senti um arrepio que vinha
do além (é, até pensei no além)
dizendo que
não deve ser nem um nem outro.

Vai saber,
se eu souber...

Não. Eu vou ser egoísta haha

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Época agiota.

O final dos anos tem chegado tão rápido,
mas em compensação
nunca traz algo de diferente.
E não adianta vir com essas utopias
de época festiva.
Pra mim não.

É a época em que
os nervos não estão mais à flor da pele,
você já não os tem desde que setembro
acaba.
E sempre falta alguma coisa nos meus finais de ano
desde que eu me dei conta,
do que se passa
num final de ano.

A maioria dos lugares se tornam 
repugnantes.
As cobranças se tornam cada vez mais covardes e 
infundadas.
A família aparenta estar melhor do que nunca, mas no fundo
você sabe que não é o amor que a une nessa época e sim a
vaidade.

Me aperta o coração todo dia que acordo
e penso que já estamos quase em dezembro.
A essa altura do campeonato não dá nem
tempo de pensar no presente da festa na qual
a coisa mais tradicional e incrível que há para se fazer é enganar.

Eu falo tudo isso pelo que me cobram.
Voltando para ler esse autoclismo espontâneo
que simplesmente sai
flutuando por aqui,
me dei conta que a rabugice que
se apodera
da minha pessoa
nessa época
dos infernos
me consome.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Chorar pelo que foi, e não foi concedido
Rir de coisas que passaram, e não ficaram
Sentir uma saudade do que nunca existiu,
e fazer coisas que somente eu mesmo,
meu eu-lírico, o meu ego, o meu próprio umbigo
faziam para se sentir
feliz, drogado, chapado,
e te dizer de uma vez
"eu te amo"
e te provar mais uma vez, sem precisar de 24 rosas vermelhas
o quanto eu ainda preciso de você.

por André Paris

domingo, 26 de setembro de 2010

A mais pura verdade que você sempre soube.

Aconteceu o que
estava na cara, o que desde o primeiro 
instante era óbvio.
Mas você insistiu
como sempre, e quebrou a cara
sozinho e melancólico,
tendo que aceitar cada palavra que escutou
da pessoa e da sua
cabeça.

O pior é que eu queria
e procurava a tempos essas características,
mas nunca se imagina o fim.
Então ele chega, saqueia sua cabeça
com todos os seus planos e imaginações
que você, apesar de
tudo acabar,
sempre teve motivos para alimentar.

Depois que tudo acaba
e algum tempo é gasto na
análise da situação,
você olha bem e vê que
você estava construindo uma estante,
para expor todos os seus prazeres e
vaidades.

Porém essa estante estava sendo
construída em cima de um tapete,
o qual seria puxado (você sempre soube)
e o tapete estava 
na verdade
escondendo
um buraco negro que
te engoliria
de uma forma ou
de outra.

sábado, 18 de setembro de 2010

Fracote

Geralmente eu prefiro
ceder as tentações,
é sim, a todas elas.
Eu atendo às vontades
do acaso que,
geralmente são as que
exigem que saia de você
o transgressor,
pecador.

Se fizermos isso e pararmos por um
instante para
perceber o que ocorre dentro da gente
fica fácil ver que,
são essas atitudes que
exigem menos, porém
são as que
nos entregamos
sem receios e esquecemos do
resto, pelo menos enquanto a
ação dura.

Energia não se desperdiça.
O que é totalmente a situação contrária de quando
você controla-se para
não fazer
algo que tem vontade.

Mas cuidado com os vícios.
Os vícios, vêm de fora.
Eles olham para você e
fazem você acreditar que
precisa
do desejo,
quando muitas vezes você só quer.

sábado, 11 de setembro de 2010

High school rock'n'roll

Eu tô ficando bom nisso,
o problema agora é:
o quanto bom eu quero ser.
Se eu começar a me sair muito bem
algo está errado,
é sinal de que eu me rendi ao que
eu ainda, ontem, hoje e sempre
vou achar
escroto.

Porque eu fui muito bem hoje
e deu pra sentir,
mas
outras vezes que,
eu fui muito bem e
não pareceu, ou eu não dei importância,
eu me senti melhor.

Sempre é melhor
quando você consegue
e o sentimento de
"fui bem"
flui apenas,
e não martela.

O engraçado é
quando eu me sinto acuado
mesmo "dominando" a situação.
Foi estranho até,
não esperava que
esperassem tanto de mim,
e esperava menos ainda que
eu fosse
capaz
de corresponde-la.

De repente
tudo pareceu um filme de
adolescentes onde
o protagonista é
uma espécie de macho alfa que
se destaca dos outros
porque já passou da fase
das espinhas.

E como muita gente que lê
todo esse
autoclismo
alternativo,
sabe muito bem que
não me encaixei,
mais uma vez.
Mas desta,
foi divertido.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Consegui, consegui...

Fiz o que eu tinha que fazer.
Descarreguei muita coisa
em um único momento
e da melhor maneira.
E isso é
incrível.

Os dias passaram e
aquelas coisas que
eu vivo reclamando,
que não aconteciam havia muito tempo,
apareceram
de maneira completamente fluida
no corriqueiro.
Tanto que eu me dei conta
apenas
agora.

É,
realmente eu fiz o que tinha que fazer.
Parei de tentar atrair olhares
para mim,querendo que as pessoas
olhassem para dentro
delas, para encontrarem o que eu sinto.
Ser egoísta é extremamente necessário.

Eu esperava que seria bom.
E de fato foi, mas o que eu encontrei
e vou continuar procurando é a
intensidade,
não importa pra que
ou
quem.
Isso eu vi,
dos dois modos.

Tenho me sentido como alguém
saindo de um poço onde,
eu, e apenas eu, criei os problemas
e as situações
e as sensações
e as idéias
para me afogar,
e estava acontecendo.

Se eu não der sorte
e estiver completamente equivocado (medo)
eu estou construindo mais um
poço, e criando novas matérias feitas
de excrementos humanos
para acabar me afogando.

Mas enquanto eu estou aqui,
dentro desse pré-conceito de
pessoa
eu tenho que esperar o meu trem chegar,
quieto e calmo,
de estação em estação.

Quanto mais
intensidade
eu encontrar na estação,
melhor. É nessa que eu vou permanecer um
bom tempo,
ou um mal tempo,
afinal,
intensidade é
intensidade.

Há umas 3 semanas
eu cheguei em uma estação
que bati o olho e pensei
"é aqui",
e até agora está sendo
intenso.

domingo, 29 de agosto de 2010

Um Prazer.

Eu toco guitarra.
Não como eu quero,
mas toco.
E é exatamente aí que eu quero permanecer,
no
tocar guitarra.
Me satisfaço fazendo isso,
apenas aproveitando
o momento e deixando algumas notas falarem
ao invés das minhas palavras 
tão chatas, escassas e obsoletas.


A minha vontade,
falando de guitarras é,
tocar guitarra.


Sozinho é melhor,
até agora tem sido.
Sozinho eu vou além e
toco igual aos meus ídolos.
Dentro da minha cabeça é claro.


Também tenho a vontade de fazer shows.
Quem diria.
Mas é! 
Não para ser famoso, ter mulheres, usar drogas,
dinheiro, um jato ou um cão - isso tudo seria muito bom-
mas o que me atrai
é a distância que
se estabelece entre quem está no palco
e quem não está.


A responsabilidade seria imensa, e 
tenho medo de não dar conta.
Mas isso não me desanima.
O que me desanima é eu ter de fazer
muitas coisas que eu não quero 
para chegar perto do que eu quero.


Fico pensando.
Quantas noites os meus prediletos acabaram
dormindo, com suas guitarras em suas
barrigas, em pequenos quartos pobres
e acordando de ressaca.


E no dia seguinte eu também acordo,
vou para a escola e quando chego em casa
venho para o meu quarto e
troco um olhar com ela,
que sempre está ali me esperando,
segura pelo pescoço.
Me faço de indiferente e penso:
Hey, hoje não. Agora não.


Me dói um pouco,
mas é necessario.
Porque assim como na escrita
eu não escolho as notas e sim os dias 
e as situações
pra tentar fugir de mim.

sábado, 28 de agosto de 2010

As vezes

eu me sinto tão down.
Por mais que eu faça,
tudo, o que eu sempre quis fazer,
eu continuo com essa melancolia
que eu penso ser chata,
mas faz bem.

E nessas horas
tudo o que há para fazer é
me esconder ou desistir.
Lutar já tentei,
entender também e fugir é sempre a primeira opção
porque como eu já disse
prefiro as situações cômodas doídas, do que
tentar
causar uma revolução.

Não pretendo continuar assim
a vida toda,
isso atrapalha e muitas vezes
dói.
Estar frente a frente com seus amigos e
não ter nada para dizer.
Apenas ficar olhando para dentro de si,
e confrontar-se com o que está fazendo.
Olhar para dentro de si
e confrontar-se com o que está fazendo.
E saber que não precisa ser assim,
que você já foi, ou no fundo, é diferente.

Talvez isso seja apenas uma das muitas maneiras
de ver o mundo, ou um dos muitos meios de evoluir como
pessoa.
Não seria melhor escolhermos um momento de nossa insignificante
vida e
decidirmos por nós mesmos permanecermos
estáticos por estarmos satisfeitos com
tudo?
Talvez não, por que a imortalidade seria
muito mais down do que
tudo isso.
Afinal já dizia Charles
"Não há nada pior do que dormir com uma rapariga que já não queres comer."

Cada um vive o seu inferno, da pior maneira
no pior lugar.
Com as pessoas a sua volta
o tempo todo
perguntando, respondendo,
querendo o que você tem, como
tubarões que ao verem o menor pedaço
de pessoa
desprotegido,
atacam com a piedade já
extinta de suas cabeças.

Não há fuga.
Nem solução.
Vou continuar assim
e ver o que acontece,
as vezes.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Alguém

Alguém bem assim.
isso! Exatamente assim.
Porque se ela não for assim
nada vai dar certo
nada encaixa
tudo discorda, tudo discute.

Enquanto você procura
com um alto nível de exigência para cada
característica de personalidade
bolso, credo, roupa, cão, chicletes,
drogas, músicas, livros e o que mais surgir na sua cabeça,
eu não procuro.

Eu vou deixando surgir, e dizendo sim e não as vezes
no modo aleatório as vezes
propositalmente ligado.

E quando eu deveria ter dito
sim, mas disse não,
e também quando eu deveria ter dito
não, mas disse sim,
as vezes eu ligo o modo aleatório para a
opção humor.

O modo aleatório nos poupa de
grandes esforços.
Mas quando quem surgiu foi
o alguém, aquele alguém,
não existe modo aleatório para poupar
qualquer pessoa
de qualquer esforço.
Não existe, porque não há
o que poupar.

domingo, 22 de agosto de 2010

O ignoro do taxista.

Esqueceram de mim
literalmente, e em uma situação um tanto quanto
estranha.
É verdade que eu havia
bebido demais, mas nada explica o
abandono de que fui vítima.
Quando dei por mim eu já havia dormido umas...
nem sei quantas horas.
Abri os olhos para procurar alguém e
ali estava eu completamente atordoado
e sozinho. Esqueceram de mim, assim como
eu me esqueço deles e
de mim.

Isso não se faz.
E como voltar pra casa
foi o que surgiu como teste final da noite.
Uma caminhada de...
nem sei quantas horas,
estava pela frente, junto ao frio,
ao escuro, a insegurança e a solidão.

É bom beber e não conseguir lembrar de tudo no dia seguinte.
Quando isso acontece eu carrego um peixe-boi na minha consciência.
Mas quando eu lembro de tudo,
que eu não consegui me controlar em
momento algum, que
eu perdi as estribeiras mais uma vez e
toquei o foda-se mais uma vez
eu me fodo e me deprimo mais uma vez.

Acho que a noite de ontem
serviu
para me mostrar que a
solidão
assusta.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Creep

Hoje eu caminhei o dia inteiro
participei do ritual
conversei
visitei amigos
visitei inimigos
e no final da noite
me sinto como um
cão.
Um cão deprimido
que sente falta de uns cigarros
que sente falta de um bom final dum livro
sente falta de uma mulher que já teve
sente falta do pai que viaja, mas quando voltar vai continuar sentindo a falta dele
sinto falta de amigos que me façam chorar.
Sinto falta de chorar
acho que estou carregado, 
de pesos e sacos cheios
de tanta gente próxima
que não tenho a coragem suficiente para dobrar meus joelhos,
pois estamos correndo nos mesmos velhos campos
e esses que correm comigo
não percebem que as vezes
eu não corro com eles.
Embora eu sempre quisesse.

But I'm a creep,
I'm a weirdo
What the hell am I doin' here?
I don't belong here.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

5 motivos para você gostar de Ponta Grossa

1- é uma cidade maior que Pitatuba - SC.
2- é possível andar de carrinho de rolimã até na avenida principal, pois esta, também é uma descida.
3- você sempre encontra uma ou outra pessoa bonita no meio de muitas.
4- As vezes conseguimos experimentar as 4 estações do ano em algumas horas.
5- Era uma cidade reconhecida mundialmente pelo único monumento que reproduzia um cocô.

domingo, 15 de agosto de 2010

Mais uma noite fria

Até quando eu tratava mal, eu
não conseguia ficar sozinho.
O que era completamente injusto pois eu
fazia por merecer.
Eu tentava, mas a perseguição era implacável.
a cada passo que eu dava, a cada cadeira que eu sentava
ela aparecia, com todas as suas palavras
sem graça e extremamente repugnantes.
Eu precisei de um cálice.

Não sei se a bebida tornou isso insuportável
ou se
o insuportável foi suportado pela bebida.
Meus cigarros acabaram
várias vezes
e o meu único companheiro de verdade
era o frio
e o tempo.
Outro estava por comparecer.

A música
fiel esposa, estava lá, assim como,
não esteve em vários momentos.
Mas ela foi fiel, porque eu precisei dela
e quando eu fui a sua procura
encontrei-a vestida em um traje quase de gala,
lembrando muito a época em que
eu deveria ter nascido.
E me embalou, e aumentou a minha embriaguez.

No final das contas,
tudo isso foi de grande proveito.
Descobri mais uma vez,
reforcei o que eu já sabia e
quase conclui que
eu me sinto diferente,
deslocado, inanimado,
a maioria das vezes.
Pessoas me olhavam com olhos
de pedra, sem ver o que se passava.
Ou vendo, mas não me deixando.

Cada vez que passo por um frio desses,
eu vivo.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Caminhadas

Chego em casa, cumprimento uma pessoa conhecida,
mas se a porta estiver trancada é melhor.
Se existe a chamada
consciência alterada é porque existe um padrão.
Um padrão, desses que tentam colocar em todas as coisas,
em tudo o que acontece. Classificar.
Classificar e imprimir padrões, é algo humano,
desumano.
Talvez seja uma necessidade que existe dentro dos animais (humanos ou não).
Neste exato momento, eu estou classificando, você está se
baseando em padrões.

Uma pessoa que sai de casa carregando
algo, é diferente de uma outra que carrega algo diferente,
e diferente de outra que, não carrega.

Percebem a necessidade? A vontade de dividir, e nunca de
unir.
Até mesmo quando tentamos unir o que nos convém,
acabamos tentando nos desprender de determinado grupo que
não nos convém. Ou apenas que não nos satisfaz, ou apenas que não queremos
ser iguais ou apenas
parecer.

Quando uma consciência está alterada, e aliada a uma
personalidade que
tem algo de incrível,
é aí que o
incrível,
acontece.

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dois pais.

Me acordam as 9 quando eu deveria acordar as 11.
É assim quase todo dia. Mas hoje havia um motivo real.
havia? é, digamos que sim.
Eu tinha que entregar os presentes do dia dos pais.
E lá fui eu, lavar o rosto e entregar os benditos, de pijama mesmo.
Por sinal, o presente era um pijama.

Lavo meu rosto, enxugo-me, recebo aquele pacote prateado que eu jamais havia visto,
caminho para a cozinha e...tcharam!
Parentes. Muitos deles.
É quase como levar um tiro de uma calibre 22 no meio do cu.
Nessa hora, muita calma. Muita calma, nessa hora.

E que cara eu faço? Puta situação maluca.
Acabei de acordar com um humor de ditador, e
não me dão tempo nem de me recompor.
Tudo bem, superei.

Entreguei os presentes para o meu stepfather
com muita satisfação, apesar de tudo.
Me senti bem, realmente. Dei-lhe um abraço que me satisfez.
Da parte dele já não sei. Enfim o meu dia dos pais
havia começado.

Mais gente chegando para nos tirar um pouco mais da nossa
preciosíssima e insubstituivel
privacidade.
Mas, se é isso que lhes da prazer,
vamos brincar de pessoas agradáveis. O que por sinal,
eu sempre fui craque, mas de uns tempos pra cá,
a coisa tem ficado complicada. Crises existenciais quem sabe.
ha ha.

E dessa maneira, nesse jogo de empurra, e
dever social, o dia 8 de agosto foi se esvaindo, segundo a segundo.
O meu preciosíssimo e insubstituível
tempo.
Mas ainda havia um gigante a confrontar, talvez um dos maiores.
Talvez o motivo de muitos desajustes e desconfigurações repentinas no meu
humor.

Quando já chegavam as vigésimas primeiras do dia
minha mãe veio, com cuidado para não me cutucar com vara curta bem em cima da minha
ferida,
e disse: filho, não vai ligar?
Liguei,- escondido como sempre - com os mesmos sentimentos extremamente confusos que
aparecem toda vez que eu tenho que fazer essa ligação.

Enquanto eu estava no meio da ligação, eu olhava as pombas,
as janelas dos vizinhos, se ia chover ou não, procurava o resultado do jogo.
Não que eu quisesse estar agindo assim. Tudo poderia ser
diferente.
A ligação acabando, me senti mal.
Ele estava mal. O resto de
empatia - se é que é isto
-deu as caras.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quadrado injusto.

Era um cara que se chamava Eliano.
Eliano andava sempre com suas botas pretas,
mas certo dia perdeu-se no vazio.
enquanto Eliano tentava encontrar-se
conheceu uma garota chamada Adélia.
Adélia usava um laço verde,
mas certo dia perdeu-se no vazio.
enquanto Adélia tentava encontrar-se
conheceu uma criança chamada Solano.
Solano usava um boné marrom,
mas certo dia, perdeu-se no vazio.
enquanto Solano tentava encontrar-se
conheceu um homem chamado Eduardo.
Eduardo usava uma corrente prata,
mas certo dia perdeu-se no vazio

Lá ele encontrou um par de botas pretas
e procurou o dono, que era Eliano.
Eduardo devolveu as botas de Eliano.
Eliano estava caminhando e encontrou um laço verde
e procurou o dono, que era Adélia.
Eliano devolveu o laço para Adélia.
Adélia estava caminhando e encontrou um boné marrom
e procurou o dono, que era Solano.
Adélia devolveu o boné para Solano.
Solano estava caminhando e encontrou uma corrente prata
e colocou no pescoço e foi para casa.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Fim das ilusões

Estou ficando cada vez mais tenso.
Talvez aquela semana, que cada pessoa
passa por uma em sua vida, esteja chegando.
Sinto que ela está perto, e que provavelmente eu
não saberei o que fazer quando ela chegar.
Talvez nem perceba que ela passou por mim.

Ela vai ser como as outras em alguns aspectos.
7 dias, 168 horas, 10080 minutos, 604800 segundos.
Se a cada dia eu tiver uma oportunidade ao menos,
e a cada oportunidade eu tiver um dia ao menos
para decidir algo.

Realmente,
é a semana onde se diferem os homens dos meninos.
Mas depois de alguns anos, a vontade de ser menino sempre volta,
é incrível.
E quando agente era menino a vontade de ser homem sempre foi grande,
pois queremos tanto tomar as nossas próprias decisões
e a cada dia que passa a partir dos 16
as cobranças mudam de forma a nos deixar completamente atordoados.
As pessoas passam a ser chatas, os pais a serem agiotas,
crescem peitos nas mulheres, a noção de dinheiro muda,
suas roupas ficam velhas muito rápido.
E isso nunca vai mudar, não importa quantos 16 você faça.

A semana vai vir.
Contendo desejos, surpresas, fúria, dores,
quem sabe novos amigos, a porra do emprego,
quem sabe o diploma, mais cachaça,
quem sabe as ruas e praças, um cão,
quem sabe aquela garota, a empatia que falta a nós e nossos pais
quem sabe a paz de espírito...

Mas, o tempo, ainda é a nossa cruz.

sábado, 31 de julho de 2010

Endorfina, Nietzche e mais blá blá blá

Algo tem tomado conta de mim.
Faz as pernas tremerem, se não as pernas os dedos.
Coração acelera. Começa a bater de acordo com o ritmo que a cabeça impõem.
Ou sempre foi assim, e agora começou a parecer o contrario.
O coração quer que eu preste mais atenção, de mais atenção.
Coisas que eu não tenho sobrando,
nem coração nem atenção.
O que tem tomado conta de mim
parece ser uma euphoria
estática (a não ser pelas pernas e dedos).

Pra quem pensa que eu falo de amor
Eu procuro só a endorfina.
As sensações. O bem-estar.
Nada a longo prazo, isso exige muito
esforço.

Mas eu tenho medo da hora que ele chegar.
Medo que ele me transforme em uma espécie de 
marionete haha.
É sim. Não sou eu que me comando nessa situação
e sim o meu objeto-causa-do-desejo.
Vejam bem! Não é o objeto-desejado!

Isso soa bastante como Nietzche
aquele bigodudo, rabugento e de mal com a vida.




quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cocaína

Eu tento esconder. e as vezes
consigo. Quando eu não consigo o desespero
e a vergonha vêm à cavalo.
Mas como eu não vou esconder esses pensamentos estranhos?
desagradáveis e acima de tudo
chatos,
que assaltam a minha cabeça roubando
tudo o que eu tinha de bom
tudo o que eu quero mostrar (aí é que mora o perigo)
e também as coisas que tornam as situações
agradáveis.

Na verdade na verdade
no fundo no fundo
eu sei que eu não posso esconder nada, todo mundo sabe.
afinal quem se esconde tem culpa no cartório.
mas quem sabe esconder-se bem.
Não. Nesse tipo de situação, não.
Nesses tantos tipos.

Esconder, na minha concepção,
tem um bom tanto de
proteger-se, poupar-se
e quem quer viver assim deveria ficar em casa
escrevendo.

Eu poderia até tentar outras maneiras
outras pessoas, outra família, outra escola,
outras músicas, outros livros, outra guitarra,
uísque, cocaína ou outro corte de cabelo.
Quem sabe é esse o caminho
mas não é bem aí que eu quero chegar
Acho que eu quero chegar naquele lugar que fica entre
esquerda e direita, razão e coração, ciência e religião.

Aonde seria realmente bom chegar?
Talvez àquela presença de espírito que é dom
de pessoas legais.
Tem faltado isso.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Relacionamentos

sem drama.
aceitação tranqüila.
você lá. eu aqui.
hoje não, amanhã talvez, algum dia
com certeza.
o bom nos relacionamentos baseados na indiferença é isso.
saber que está lá, que está acontecendo.
afinal, você iria preferir o cachorro preto ou o bege?
e agente permanece assim, porque é assim.
ninguém se controlando
dessa maneira
a segurança é maior porque não é
necessária.
ninguém é.
existem pessoas que
enquanto não estão no controle
perdem os seus
e os seus
relacionamentos.
demasiado valor dado.
há coisas que, nunca,
nunca mesmo
são necessárias.
procuram pares para encontrarem a mesma
sensação. sentimentos?
sensações. É isso o que eles são.
Mas olha, tenho minhas vontades.
numa noite
em algum quarto
os meus dedos
tocarão
num suave
lindo
cabelo".


sábado, 24 de julho de 2010

?

as duvidas que me afligem
não são aquelas que afligem a maioria
pelo menos, ainda não
não são aquelas do tipo
que dia tenho que pagar tal conta
quando vou conseguir comprar uma casa nova
uma mulher nova
ou até mesmo um
cão.
prefiro me perder nos pensamentos do tipo
que não agradam muita gente
que pertencem somente a mim
por isso
muitas vezes imagino uma conversa
meia hora antes de realmente acontecer.
nunca sai como o imaginado.
isso torna as situações divertidas e as vezes inaceitáveis
ontem conheci algumas pessoas
que imaginava estar com elas há muito tempo
foi muito diferente
do que eu imaginei
os fins não justificaram os meios em momento algum
mas foram bons.
bastante
por sinal.
eu ia falar do que mesmo?
a sim. dúvidas.
as dúvidas nos encontram a cada esquina nova da nossa vida
e surgem como um
filho da puta que quer seu tempo
não perco tempo com esses
que ficam perguntando
asquerosos controladores
necessitam da minha palavra
quando tento por tudo ficar em
silêncio.
e ainda por cima
continuam a aparecer dúvidas
cada vez mais
apenas tento o silêncio e a indiferença.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Casualidades.

Encontro na rua uma pessoa
que preciso dela
para uma vontade que eu acho ser
importante.
O encontro foi brusco
nossas vibrações começaram a lutar dentro de nós
na esquina.
Ele estava acompanhado
não me importei
mesmo.

e o que foi que eu fiz;
digo-lhes
cumprimentei-o tremendo
raiva, repulsa, inveja,
parecia medo
pode até se-lo

não troquei mais palavras
não consegui nada
quando me dei conta tinha feito uma grande besteira
um erro gravíssimo
me perseguiu o dia todo
todo mesmo

na quadra anterior
deveria ter continuado
reto
ao invés de decidir pela esquerda.


terça-feira, 20 de julho de 2010

Velhura

Quando eu ficar velho, vou comprar passagens de um trem que volte.
Que volte o meu corpo saudável. Essa canseira constante não aguento mais.
Que voltem meus bons olhos. Agora sim que entendo melhor as coisas quero enxergar melhor.
Que volte aquela boa memória. É muito chato esquecer o nome das pessoas.
Que voltem os prazeres da carne. Acham que é bom ficar sem sexo por 15 anos?
Que volte o meu velho e forte fígado que me permitia beber a vontade.
Meus pulmões também.
Queria que voltasse a atenção que as pessoas me davam. Não preciso de muita. O suficiente para escutarem o que esse velho diz.
A inocência me faz falta. É muito chato entender as coisas antes que elas aconteçam ou terminem de acontecer.

Quando eu tinha meus 18, tinha muito medo de ficar velho.
e hoje
perdi meu medo
da morte.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Henry Chinaski

E lá estou eu novamente a lutar com as teclas como aquele velho safado fazia. Velho safado, que passou o dia todo conversando comigo como se quisesse me mostrar como as coisas realmente devem ser. Pouca gente gosta dele, eu, estou aprendendo a amá-lo. Os cães ele os considerava como seres que tinham o poder de dez mil deuses. As mulheres de sua vida, essas que não foram poucas, ele as tratava de modo escroto correndo atrás de seus cus , mas com tanto amor(poucas) como se fossem seu coração fora de seu corpo. E o álcool, fiel companheiro de todas as batalhas travadas diariamente. Acho que me identifico com ele pelo fato de termos problemas com pais. Ele precisava botar pra fora o que eu ainda preciso botar pra fora. Ah! e como ele fazia isso muito bem! As angústias e traumas de longas datas começam a aparecer em forma de palavras, ironias, besteiras, putas, cães, laranjas, deus e saias azuis tão bem representadas. Sinceridade sem rodeios. Palavras como uma navalha, prontas para trazer à tona qualquer tipo de sentimento. O que passa na minha cabeça neste momento é como eu posso tirar tudo pra fora dessa maneira tão intensa e sincera. Terei que "foder muitas mulheres bonitas"? "Ser fiel à cerveja"? Quem sabe apenas a troca de algumas palavras com bons amigos com bons ouvidos e um pouco de cerveja de um jeito em meus problemas. Espero. Mas o tempo é a nossa cruz.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Auto crítica

2 dias de blog e ja bate aquela falta de inspiração, aquela coisa de abrir a página pra escrever algo e ficar coçando o queixo e fazendo manha . Vou fazer o que? Esperar brotar alguma inspiração extrasensorial dentro de mim e começar a escrever como alguém condenado a alguma pena, que sente-se obrigado a lutar com o teclado todos os dias? Charles Bukowski lutava com as palavras dentro de si todo dia e falava que sentia necessidade de tirar um bom tanto delas para fora para poder sentir-se melhor, sem falar na cervejinha. Mas eu não consigo ser assim. Não sou dos que procura lutar por tudo. É verdade, sou muito mais atraído pelas situações cômodas que rivalizam o tempo todo dentro da nossa consciência com aquelas que muitas vezes são as "corretas". Podem rotular-me e de qualquer maneira, quem sabe egoísta, preguiçoso, iconoclasta, anti-humano em casos extremos, indiferente em casos mais reais, mas o que fica é que "digo mesmo matem o pai/antes que ele faça/ mais alguém parecido/ comigo."

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Campos Elísios


Neste momento, eu deveria estar na minha velha casa de campo, quem sabe caminhando ou procurando frutas. Não na cidade. Na cidade, eu encontro um eco para todos os meus pensamentos, e uma resposta para todas as minhas intensões . Mas no campo, no campo não. No campo eu encontrava como resposta o silêncio. O silêncio foi a resposta que os deuses criaram quando o homem não encontrou nenhuma outra, e cansado de procurar apenas parou e abriu os ouvidos de sua mente. O campo é apenas um atalho para respostas, para o silêncio, para si. Eu deveria estar lá. Não aqui. Aqui eu lembro-me a todo instante de bons momentos que não voltam mais, quando era era mais novo e morava em frente dos campos elísios do mundo. Nesses dias eu costumava sair cedo de casa para caminhar atrás de respostas, e freqüentemente as encontrava sozinho ou perguntando a pessoas desconhecidas que também estavam atrás das suas. Em uma dessas ocasiões encontrei um velho que chamava a minha atenção por ter uma serenidade nos seus gestos que eu nunca havia visto nada parecido. Ele era negro, já não possuía todos os cabelos escuros e constantemente mostrava um sorriso muito branco e acolhedor. Abordei essa criatura com a seguinte pergunta: "Por que as pessoas preferem correr atrás de respostas de perguntas fúteis ao invés de simplesmente esquecerem que essas perguntas existem e se calarem?"
O velho abriu um largo sorriso e respondeu:" Porque me pergunta isso? Perguntas como essa não vão levar-te a lugar algum. Fecha teus olhos ,e dorme meu filho."

quarta-feira, 14 de julho de 2010

coleira

Laura quer sair da casinha
Deseja atirar-se pra fora da casinha
Porque até agora, pelo que me parece
Laura controla-se
Laura controle-se!
Na hora certa, você sai
do jeito certo
com a droga certa
Nos tempos modernos
Laura ataca
tirando tantos para fora da casinha.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Comensal

A vaidade é uma maldita bola de neve
ela, aparece sutilmente
comensal sem ser convidado.
engana, quem quer que seja
e age como um parasita.
parasita maldito.
De modo algum desiste.
De engolir todas as idéias de um individuo.
Em estado avançado,
ela consegue.
Cada pensamento ínfimo que habita
nosso grande gerador de tudo
tem um pingo dessa coisa.
Coisa coisa. Coisa inescrupulosa
desgraça, madrinha dos pecados.
Ela deveria ser algo suicida.
Pena, pois não é,
É, uma bola de neve.
Justo por isso, espero pacientemente
o verão.