domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dois pais.

Me acordam as 9 quando eu deveria acordar as 11.
É assim quase todo dia. Mas hoje havia um motivo real.
havia? é, digamos que sim.
Eu tinha que entregar os presentes do dia dos pais.
E lá fui eu, lavar o rosto e entregar os benditos, de pijama mesmo.
Por sinal, o presente era um pijama.

Lavo meu rosto, enxugo-me, recebo aquele pacote prateado que eu jamais havia visto,
caminho para a cozinha e...tcharam!
Parentes. Muitos deles.
É quase como levar um tiro de uma calibre 22 no meio do cu.
Nessa hora, muita calma. Muita calma, nessa hora.

E que cara eu faço? Puta situação maluca.
Acabei de acordar com um humor de ditador, e
não me dão tempo nem de me recompor.
Tudo bem, superei.

Entreguei os presentes para o meu stepfather
com muita satisfação, apesar de tudo.
Me senti bem, realmente. Dei-lhe um abraço que me satisfez.
Da parte dele já não sei. Enfim o meu dia dos pais
havia começado.

Mais gente chegando para nos tirar um pouco mais da nossa
preciosíssima e insubstituivel
privacidade.
Mas, se é isso que lhes da prazer,
vamos brincar de pessoas agradáveis. O que por sinal,
eu sempre fui craque, mas de uns tempos pra cá,
a coisa tem ficado complicada. Crises existenciais quem sabe.
ha ha.

E dessa maneira, nesse jogo de empurra, e
dever social, o dia 8 de agosto foi se esvaindo, segundo a segundo.
O meu preciosíssimo e insubstituível
tempo.
Mas ainda havia um gigante a confrontar, talvez um dos maiores.
Talvez o motivo de muitos desajustes e desconfigurações repentinas no meu
humor.

Quando já chegavam as vigésimas primeiras do dia
minha mãe veio, com cuidado para não me cutucar com vara curta bem em cima da minha
ferida,
e disse: filho, não vai ligar?
Liguei,- escondido como sempre - com os mesmos sentimentos extremamente confusos que
aparecem toda vez que eu tenho que fazer essa ligação.

Enquanto eu estava no meio da ligação, eu olhava as pombas,
as janelas dos vizinhos, se ia chover ou não, procurava o resultado do jogo.
Não que eu quisesse estar agindo assim. Tudo poderia ser
diferente.
A ligação acabando, me senti mal.
Ele estava mal. O resto de
empatia - se é que é isto
-deu as caras.

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