segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Toques

Dormir só
um buraco ao lado
e o coração apertado.

Dormir contigo
pernas com pernas
fôlego faltando
você me mordendo
e eu sussurrando:
isso é uma baita
falcatrua.

Coitado
estou é mal acostumado
mas muito bem
de companheira de cama.

Quanto menor a cama
melhor
maior você fica
mais me aperta
eu te aperto e
é assim
a noite inteira.


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Vai passar.

Dar duro
quebrar a cara
e
ver a cara quebrada
no espelho.

Valer a pena
é a grande
ilusão do
momento.

não ver
sentido
algum
nas tentativas
presentes
por um
futuro
incerto.

Passar um
ou outro dia
sonhando
acordado
traindo a si mesmo
pra acordar alegre
só mais uma vez.

E sentar
na frente dessa merda toda
em cima
da merda que
já passou e
rir
debilmente
com as pernas
debilitadas
que correm de
mais
até com as mãos
atadas
atrás dum
alvo
que um dia
há de acabar.

Há de passar.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

fase estranha

Sabe,
quando você
me acorda
roubando o meu espaço
na sua cama
enquanto dorme,
tenho vontade de te esganar.
Dizer tudo o que
te faria estremecer de medo.
Porra, somos enormes.

Não roube os meus espaços.
Os meus espaços são
meus.
Se eu lhe cedo algum,
pra mim isso é amor.
E quando você já faz parte da minha vida,
é porque já lhe entreguei mais espaços
do que pra qualquer outra pessoa.

Se você tem medo,
eu tenho medo.
Se não escrevo
é medo.
Se não digo,
é medo.

Se eu tenho medo,
voce estremece.
Se tenta me roubar
é medo.
Se tenta me guardar
é medo.

Não se deve mensurar medo,
mas o meu é grande.
E eu sou um puta patife
mascarando os
nossos
medos.

E você
é a garota que
me acorda
sorrindo e me
ajuda com os meus próprios
medos.

E o maior deles
é se perder
tentando me entregar mais
tornar isso melhor
mas vivendo outras vidas.

Vamos nos
permitir
ser
dois
por enquanto.
Um
eu ainda
temo.

Não é separação.
É arrumação.
E eu nunca soube
explicar
o motivo por
eu escrever.

Só quero
viver o que realmente
importa
para poder deixar você
olhar
dentro de mim e
perceber que
estou me perdendo
dentro de você.






terça-feira, 11 de setembro de 2012

Seria como começar uma nova era.

Já estou no final da
carteira de cigarro
e
ainda não consegui
fôlego
suficiente para
captar a mensagem que
querem me mandar.

Mensagem que talvez
seja errada
e mesmo assim
me esforço para
desmistificar.

O meu gato
é elegante.
Não quer saber de
mensagenzinhas.
Quer saber de comida
e ócio.
Um pouco de bagunça.

E quando eu quero
comida, ócio e
bagunçar,
preciso
fumar.

Não tenho fôlego para
acompanhar esses
raciocínios retos e
indiretos.
Preciso fumar.

Acalme-se e
trague
deixando a sua mão tremer
e não poder mais
escrever o que
querem que escreva.
Chega de satisfações.

Quem sabe assim
faça o que quer fazer.
Sem dar satisfações
escritas,
indiretas,
retas e
sem um pingo de fôlego.




domingo, 9 de setembro de 2012

A vida batendo.
Igual a um pedaço de bosta.
Nem pra bater com força
daquele jeito que sonhamos.
E você continua acordado
Mesmo com as suas pernas
cansadas
do trabalho
odioso.

Você olha pra frente e não vê nada a não ser
mais farra
bebidas e
uma universidade inteira pela frente.

Não tem coragem de dizer que
está pedindo
arrego
porque é
jovem
e acha que pensa como velho.
Como um velho que sabe das coisas.

Não vamos esconder isso de ninguém.
Estamos todos fodidos
no mesmo barco.
Sem perspectiva de nos tornarmos o que
intimamente
e
apenas intimamente
escondemos de todos
até das nossas mãe se pais.

Imagina quem não tem nenhum desses.
esconde de quem?
de si mesmo?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Escuro.

Na noite,
no quarto escuríssimo e
na cama montada.
Orifícios procurando exploradores.
Inexperientes.
Só estávamos la pela bagunça e
pelo amor.

Depois da cachaça bem paga
o sorriso na cara não negava.
Eu quero!
É o que a sua testa estampava.
Era lindo ver isso.
Lindo lindo e
lindo.

E o músculo do interior da boca
quase com câimbra,
querendo passar a bola para o músculo chefe.
Demorou, mas o chefe enfim entrou na cena.

Restrições, conselhos e dicas.
Sempre sussurrados, aumentando a cada ciclo completado
o suor, a cola, as faíscas proferidas.
O barulho gritando: " FALTA DE RESPEITO, FALTA DE RESPEITO, INDECORO
PUTOS, MALANDROS, TARADOS"

Não tinha mais volta.
As únicas voltas eram as meias,
as meias voltas.
Vira pra la.
Agora levanta aqui, isso isso.
Vamos assim de novo.
E o olhar que já estava escondido,
pelo escuro e pelo prazer escrachado,
se perdia mais uma vez, dando meia volta,
dando lugar
às profundezas
das sensações.

domingo, 18 de março de 2012

Lamentos.

A impressão que bate, as vezes, é de que eu
assumi certa
paternidade.
Não pelo fato da idade,
sim pela disparidade
de vontade
de exceder os limites
de qualquer
modo.

Não me dou bem com um
modus operandi.
Meu negócio é fazer,
muitas vezes apenas por
fazer,
e sem procurar lição,
aprender tudo o que podia ser
aprendido
sem pensar.

A frustração evidente
é a marca da disparidade.
Não da idade, mas
da coragem.
Ir a fundo,
badernar sem olhar
quem está no quarto,
sair sem dinheiro e
aproveitar sem motivo.
Afinal, mesmo assim
aproveitar é sensação,
sem precisar de aquisição,
muito menos restrição.

Desculpas são
invenções
para fugir de algo que
de fato é culpa.
Des-culpa.

Agora, se entregar não é
culpar, muito menos se
diminuir
por perder uma batalha boba
contra a vontade de
ambos.

Ficar brabo e rabugento é
se doer
por algo que
está em jogo.

E que não se quer perder.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Até o nome.

E o meu mundo?
Vai indo. Ainda quero ir longe. Estou longe de onde quero ir e muito mais longe de onde quero chegar. A vida tem me apresentado situações velhas, que têm se mostrado novas. Preciso me cuidar. Admito que não tenho me cuidado como deveria, mesmo tendo exemplos vindos de mim mesmo. Já foi estabelecido que é proibido pisar na grama. O motivo é óbvio. Mas quem inventa as placas não sabe como é o meu mundo.

Ando muito durão. As vezes sentimental. Encontrando pessoas que nem sei quem são, mas me impressionam como se eu as conhecesse há anos. E o pior, as admirasse como se fossem a minha.

É proibido pisar na grama. Algo que eu almejo e faço questão de ficar muito perto, todos os dias.
Levando de um jeito mambembe. Completamente disputado com outros cães. Se o castigo vier, bem feito.
Como você sabe que tá errado, que vai pegar mal, o castigo é iminente.

Sair e conversar (beber) com os amigos, distrair-se. Encontrar sua garota.
Cuidado. Segunda está aí, as carteiras estão lá! Olha onde vai sentar! Dependendo da carteira que escolher, o anel pode brilhar, o cabelo balançar, e a camisa mal passada terminar de te arrebatar.

Hahaha. Ah, contemplar é algo maravilhoso.

sábado, 3 de março de 2012

Eu vou torcer.

Existem prazeres que exigem certa sutileza na execução da ação, só assim pode-se aproveitar e encontrar o que realmente se procura. Ultimamente tenho frequentado alguns bares aqui onde moro. Geralmente vou com a minha namorada, sempre para beber e jogar bilhar. Ela é uma ótima adversária. Às vezes eu fumo meu cigarro e, quando dou muita sorte, consigo curtir uma música legal.
Há um tempo atrás, eu andava desacreditado, assim como os bares, pra mim. Faltava o entusiasmo para sair de casa e ir até o bar. E o bar não fazia nada por isso. E isso incomodava.
É parecido com o futebol. Você, assim como eu, adorador do futebol, que assitia o Ronaldo Gaúcho acabando com os jogos, arrepiando as zagas e os torcedores, e sempre atendendo às expectativas de quem parava para curtir o seu jogo. E hoje tem que ver um cara desacreditado, sem vontade e perspectivas.
O tempo passa e o foco muda. Hoje já temos Messi, Cristiano e Neymar. Hoje eu vou procurar outras coisas no bar. Ou nada. Sentar, tomar a cerveja, jogar conversa fora, encontrar pessoas chatas, mulheres feias, jogar bilhar, assistir o futebol, pessoas legais, fumar, rir, comprar mais fichas, reclamar e beber. Esse é o protocolo.
Não tem erro, é por isso que hoje pouco me decepciono. Sempre que ia esperando porres fantásticos, roteiros hollywoodianos e um oásis para a vida cotidiana, nada disso sequer chegava perto de acontecer.
Sutilezas e coisas corriqueiras, assim como ficar feliz por voltar a frequentar uma sala de aula, gastar vinte reais em algo muito útil, beijar boa noite na sua mulher.
Até os bares que eram frequentados pelos nossos mestres da literatura junkie, beat e até mesmo os mais românticos, exalavam uma essência de imperfeição. Ou eram a pura imperfeição. Mas os velhos cães sempre estavam lá, reclamando e bebendo.
Hoje é possível frequentar um bar. É só mudar o foco. Deixar de olhar pro lado, procurando algo que não existe, procurando cenas que se passam nas dashboards dos Tumblrs da vida.
Hoje eu torço pela alegria, pela namorada, pelos sorrisos, pela nega na sinuca, pela fumaça e pelas sutilezas.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Direitos.

Que a justiça seja feita.
Se o que faço é injusto,
que ela seja feita.

É com grande pesar que penso assim
Mais uma vez,
eu não soube me defender de ataques
erráticos, sem nexo e covardes.
Daqueles que se utilizam da posição,
e não da razão.

Os grandes políticos que me perdoem,
apesar de hoje eu estar longe de tomar parte
nessas grandes negociações,
é com essas situações que eu treino.
Só não uso o direito da réplica.

Esse direito fica guardado,
sedimentando algo maior que
um dia,
sabe-se lá se demora - espero que não-
vai explodir em furiosas colocações
de cada um
no seu lugar.