segunda-feira, 19 de julho de 2010

Henry Chinaski

E lá estou eu novamente a lutar com as teclas como aquele velho safado fazia. Velho safado, que passou o dia todo conversando comigo como se quisesse me mostrar como as coisas realmente devem ser. Pouca gente gosta dele, eu, estou aprendendo a amá-lo. Os cães ele os considerava como seres que tinham o poder de dez mil deuses. As mulheres de sua vida, essas que não foram poucas, ele as tratava de modo escroto correndo atrás de seus cus , mas com tanto amor(poucas) como se fossem seu coração fora de seu corpo. E o álcool, fiel companheiro de todas as batalhas travadas diariamente. Acho que me identifico com ele pelo fato de termos problemas com pais. Ele precisava botar pra fora o que eu ainda preciso botar pra fora. Ah! e como ele fazia isso muito bem! As angústias e traumas de longas datas começam a aparecer em forma de palavras, ironias, besteiras, putas, cães, laranjas, deus e saias azuis tão bem representadas. Sinceridade sem rodeios. Palavras como uma navalha, prontas para trazer à tona qualquer tipo de sentimento. O que passa na minha cabeça neste momento é como eu posso tirar tudo pra fora dessa maneira tão intensa e sincera. Terei que "foder muitas mulheres bonitas"? "Ser fiel à cerveja"? Quem sabe apenas a troca de algumas palavras com bons amigos com bons ouvidos e um pouco de cerveja de um jeito em meus problemas. Espero. Mas o tempo é a nossa cruz.

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