A arte de querer tudo
a de imaginar tudo
perfeito e a
ironia de tentar
surpreende-se
a cada passo dado
e encontrar o mesmo
nada de sempre.
Sou bom nessas artes.
O que não muda são os espaços vazios.
Me questionaram o que eu fazia para
preencher os espaços vazios
e eu cheguei a uma conclusão só hoje.
Me masturbo.
Corpo e mente.
Tudo não passa de busca por
enchimentos de espaços.
E ai você se masturba
sem perceber
e se distrai.
Tem tudo.
Tudo o que planejou deu certo.
Seus amigos estão aqui,
o cigarro, a bebida,
os grandes e molhados lábios
com toda a sua volúpia
prometida,
a casa sozinha,
a música,
e os atalho distrativos
à todo vapor.
O buraco permanece.
Se os aplausos não vêm
a inquietação não vai.
Admiro mais as pessoas que não têm
por instinto
a vontade de serem melhor do que
o outro.
Parecem estar cientes de que
por mais que se masturbem
dancem e transem,
por mais que atuem como uns
camaleões
um pássaro azul vai
continuar martelando,
tentando sair
e não pode.
Tentativas filosóficas frustradas.
É difícil conviver com elas.
E uma porção delas está chegando
nessa noite
na próxima
nas xanas
nos copos
nos corpos.
Criação de paixões platônicas.
Masturbação.
Redes sociais.
Masturbação.
Esporte.
Masturbação.
Pornô.
MASTURBAÇÃO.
Agora é a hora que vocês me aplaudem.
O buraco cresceu.
Vou cuidar dele.
Tchau.
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