quinta-feira, 23 de junho de 2011

Masturbar é tentar.

A arte de querer tudo
a de imaginar tudo
perfeito e a
ironia de tentar
surpreende-se
a cada passo dado
e encontrar o mesmo
nada de sempre.

Sou bom nessas artes.

O que não muda são os espaços vazios.
Me questionaram o que eu fazia para
preencher os espaços vazios
e eu cheguei a uma conclusão só hoje.
Me masturbo.
Corpo e mente.

Tudo não passa de busca por
enchimentos de espaços.

E ai você se masturba
sem perceber
e se distrai.

Tem tudo.
Tudo o que planejou deu certo.
Seus amigos estão aqui,
o cigarro, a bebida,
os grandes e molhados lábios
com toda a sua volúpia
prometida,
a casa sozinha,
a música,
e os atalho distrativos
à todo vapor.

O buraco permanece.

Se os aplausos não vêm
a inquietação não vai.

Admiro mais as pessoas que não têm
por instinto
a vontade de serem melhor do que
o outro.
Parecem estar cientes de que
por mais que se masturbem
dancem e transem,
por mais que atuem como uns
camaleões
um pássaro azul vai
continuar martelando,
tentando sair
e não pode.

Tentativas filosóficas frustradas.

É difícil conviver com elas.
E uma porção delas está chegando
nessa noite
na próxima
nas xanas
nos copos
nos corpos.

Criação de paixões platônicas.
Masturbação.
Redes sociais.
Masturbação.
Esporte.
Masturbação.
Pornô.
MASTURBAÇÃO.

Agora é a hora que vocês me aplaudem.

O buraco cresceu.
Vou cuidar dele.
Tchau.

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