segunda-feira, 6 de junho de 2016

exposição de manequim sem cabeça

mais uma vez eu não resisti e usei mão das minhas estratégias baixas que consistem em andar pelas ruas fazendo um esforço mental pro universo conspirar e te colocar na minha frente, nem que seja como um manequim pra ser admirado.

por falar em manequim a estratégia deu certo, mas só deu certo porque eu imagino fazer uma exposição com fotos de pessoas sem cabeça pra poder te convidar pro lançamento. me agachei pra fazer a foto e duas quadras pra frente você subia cansada do trabalho e escutando alguma música do seu ótimo gosto musical que eu ajudei a cultivar. pensei: pronto, ta aí o motivo da minha exposição. o motivo de todas as exposições que eu pretendo ver na vida.

eu já não tive tanta certeza se no seu fone de ouvido tocava Pink Floyd ou não. confesso que às vezes gosto e as vezes não. mas lembro muito bem de uma época que eu gostava e nós viajamos e no ônibus da volta você pediu um foninho e eu cedi o R e fiquei com o L. R de reprovado. não gostou da música e decidiu dormir. L de virei pro outro lado decepcionado. pelo menos quando foi ao vivo nos beijamos mais uma vez e isso te fez gostar de Pink Floyd até o final da tua vida que eu sei. R do lado direito que eu andava no seu carro enquanto o L do esquerdo era de love que vivemos dentro do toyota amassado da sua família fazendo a nossa playlist de visita em qualquer carrinho de lanche das madrugadas.

juro pra mim mesmo que não sei se vou continuar conspirando com o universo ao meu favor pra ele te colocar em situações que ainda não sei se você quer viver. hoje pareceu que sim. amanhã parece que não. mas depois de amanhã quem sabe.

tenho medo do caminho que estamos tomando pra ir pras nossas casas que pode muito bem te colocar em dois tipos de apuros e por isso eu peço pra você ter cuidado quando sair do trabalho até chegar em casa. só não peço pra me avisar se chegou bem pois nem esse direito eu tenho mais.

mas hoje você descobriu coisas novas da minha vida e eu descobri que ainda podemos conversar e tentar nos despedir totalmente sem jeito e por isso dar quatro, veja bem, quatro abraços e beijos na bochecha de despedida como alguém que jamais deveria ter se despedido e sabe muito bem disso.


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